sábado, 28 de junho de 2014

Longe de casa por mais de uma semana...

Por Marília Pinheiro

Origem: Fortaleza- Ceará

Destino: Florianópolis e Balneário Camburiú - Santa Catarina

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Saímos de Fortaleza dia 03 de Março de 2014 com destino a Santa Catarina, onde viveríamos 8 dias de merecidas férias em família. Fomos eu, meu esposo, nosso filho (5 anos, alergia mediada para leite e ovo), nossa filha (2 anos, alergia não-mediada para leite e soja) e minha irmã. Foram também um casal de amigos com seus dois filhos. Conheceríamos primeiramente Balneário Camboriu, a cidade sede do famoso Parque Beto Carreiro Word, onde passaríamos 5 dias; e no 6º dia sairíamos para Florianópolis, ficando por lá até a partida de volta pra casa. Portanto, seriam duas hospedagens diferentes, duas vezes "montar /desmontar acampamento" , e isso talvez foi o que mais me estressou: reembalar alimentos (congelados/ descongelados/ comprados) , rearmazenar roupas (usadas reaproveitáveis/ usadas inutilizadas/ não-usadas tudo separadinho na mala) e todos os utensílios e eletrodomésticos, não esquecer nada no hotel etc.

É claro que cansou antes ainda de sairmos de Fortaleza, não é moleza fazer mala de duas crianças, pensar nas roupas, remédios e alimentos, no "plano B" caso a pequena não aceitasse as refeições preparadas, preparar cada refeição para embarcar e de forma bem condicionada que resistisse a tantas horas de transporte, selecionar antecipadamente os locais onde eu compraria os alimentos restantes, enfim... mas a motivação de levar meus filhos para conhecer um lugar mágico como Beto Carreiro, além de todo enriquecimento cultural, compensaria qualquer trabalho.

Importante conhecer dados do lugar onde você vai, isso é básico para viagens com criança, seja alérgica alimentar ou não. Saber se vai estar frio ou quente para programar que tipo de roupa usar, levar roupas sobressalentes para possíveis acidentes como xixi no pijama, chuva, enfim... Mas para nós, mães de alérgicos, há informações cruciais, como saber previamente os locais de pronto-atendimento de profissionais de saúde, não apenas para os acidentes, como para pequenas viroses ou infecções. Uma boa dica é manter fácil os números de telefone dos seus médicos anotando inclusive os códigos de discagem, pois na hora da emergência o nervosismo atrapalha muito.

Também tive muito suporte de amigas das duas cidades visitadas (grupos do Facebook) que me ajudaram com os locais onde encontrar alimentos, bem como os melhores hospitais e clínicas.

O vôo (tanto de ida como de volta) durou mais de 6 horas, incluindo espera de quase 1 hora e meia no aeroporto de Brasilia. Chegando em Floripa, alugamos um veículo e partimos para Balneário. Chegamos no Hotel às 8h da noite, após 15 horas da partida, mas as térmicas felizmente conservaram bem as refeições congeladas, não perdi praticamente nada. Foram 1 isopor térmico e 1 bolsa térmica. A intenção era levar ambas como bagagem de mão, mas como era minha primeira experiência de transportar perecíveis em avião, não sabia se a empresa aérea iria permitir, portanto, fixei um aviso em cada térmica com a frase "Frágil, alimentação de criança com alergia alimentar". Não coloquei muito gelo, só algumas polpas de fruta congeladas, bem ensacadas (cuidado importante para evitar vazar líquidos durante o vôo). Feito o check-in embalamos cada térmica com plástico de proteção (Protec Bag), servindo como um reforço a mais contra vazamentos. Mas faça isso, apenas depois do check-in pois lá eles querem olhar o interior da bolsa/isopor.

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Outra precaução importante foi levar um laudo assinado por nosso alergologista, atestando a alergia alimentar e a necessidade de uma alimentação diferenciada.

Importante também não esquecer de separar a quantidade certa de refeições até a chegada no hotel, em local acessível (e não apenas nas bolsas térmicas já embaladas). Se houver risco de anafilaxia (como é o caso do meu filho) aconselho levar adrenalina auto-injetável na bolsa de mão também, se possível juntinho a você, pois se o pior acontecer nas alturas, fica difícil descer num hospital. Para almoço e janta da minha caçula separei cada refeição numa marmitex, preparadas dois dias antes da partida e congeladas de imediato. Quanto mais tempo no freezer maior a durabilidade até o degelo. Já meu filho mais velho poderia fazer as refeições principais nos restaurantes, pois ele já tolera traços. Além disso, fiz algumas opções de lanche para ambos: biscoitos caseiros, bolo de chocolate, algumas variedades de pães, pizza, sanduiche de pão caseiro. 10515023_1522793421282569_754611707_n

Alguns equipamentos foram imprescindíveis levar de casa: o liquidificador, onde eu batia o leite (hidrolisado hipoalergênico) com frutas; e o grill , utilizado para aquecer os lanches do frigobar e até para assar carnes e batatas palito.

Tanto em Florianópolis como em Balneário encontrei bons supermercados com opções permitidas para as alergias dos meninos, como biscoitos, iogurtes de soja, comida pronta conservada à vácuo, além de frutas, batatas palito etc. Além disso, comprei o básico para manter uma pequena copa, como bucha de lavar louça, detergente, papel toalha etc.

O frigobar ficou bem apertadinho pra tanta coisa, mas deu certo. No entanto, fica de alerta para viagens por períodos maiores, onde se faz necessário produzir comida fresca no hotel ou encontrar serviço confiável na cidade.

Quanto a estrutura dos Hotéis:

Em Balneário, ficamos no Rieger. Muito bem localizado, o apartamento era grande,com dois quartos, um deles suíte com banheiro próprio, mais outro banheiro na sala, e uma pequena copa. O único defeito era o tamanho da copa. A cuba ficava imprenssadinha dentro de um armário, não havia espaço para pôr louça lavada, tudo se molhava. Outro desgosto que tive também foi relacionado ao serviço de alimentação para alérgicos. Achei péssimo! Como já mencionei, meu filho já pode comer traços, então provavelmente houvesse algum pão, ou biscoito apropriado pra suas restrições naquele banquete de café da manhã. Até porque havia uma mesa específica para celíacos e diabéticos, e normalmente conseguimos aproveitar alguns itens. Porém nenhum funcionário do restaurante soube me informar quanto aos ingredientes dos produtos, nem mesmo acesso aos cozinheiros eu tive. A coordenadora do restaurante nem sabia o que era alergia alimentar, não se mostrou nem um pouco receptiva às minhas necessidades, não procurou saber, não se mostrou interessada e ainda foi um tanto antipática. Bem diferente de alguns hotéis que costumo frequentar no Ceará, onde o serviço de café da manhã manda providenciar de um dia pro outro o iogurte de soja que ele gosta. Enfim, no mais, o conforto e os serviços restantes eram muito bons.

Já o Hotel de Floripa se sobrepôs no quesito conforto, manutenção e até estética: Hotel Ingleses Acquamar. Quanto ao serviço de alimentação especial não tenho o que criticar, tampouco elogiar...dessa vez não me interessei em buscar atendimento alimentar deles. Eram duas suítes, ambas com banheiros, sala com uma copa perfeita, com muito espaço na bancada e nos armários, e uma varanda com uma vista belíssima para a Praia dos Ingleses.10490265_1522793387949239_1731336935_n

Ambos hotéis tinham microondas na copa, e antes do uso sempre bom higienizar contra contaminação com alérgenos.

Mas saindo finalmente desse departamento alimentar, queria recomendar demais o turismo em Santa Catarina. Se eu pudesse mudar alguma coisa nessa viagem, eu inverteria os dias de estadia: passaria apenas 3 dias em Balneário e 5 em Florianópolis. É suficiente 2 dias para conhecer o parque Beto Carreiro (sem crianças, 1 dia talvez baste). O outro dia seria para conhecer as praias de Balneário, o Parque Unipraias, aproveitar as atrações radicais do parque, a vista do bondinho, fazer uma linda foto nos mirantes... Acredito que não seja preciso mais que 3 dias pra ver tudo isso. Já em Floripa, existe um mundo de passeios e infelizmente não conseguimos aproveitar no pouco tempo que lá passamos.

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No geral, foi uma viagem memorável, encantei-me com a organização e segurança das cidades, com a beleza da paisagem (lembrou-me um pouco a geografia carioca), a educação e simpatia da população... deixou um quê de "quero mais", um dia voltaremos!

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